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O que é importante no Natal

Natal é estar em família, é presença, é milagre, é amor!

O que é importante no Natal

Família

Presença

Milagre

Amor

Resumo:
A frustração acaba fazendo com que a pessoa ligue a festividade com tristeza e, por isso, muitos se deprimem nessa época. O segredo é fazer seu planejamento sem criar expectativas!

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Natal é...

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Muitas pessoas ficam deprimidas na época de Natal. Segundo psicólogos, isso acontece porque somos ensinados a criar expectativas altas em relação à data que, muitas vezes, não se confirmam. A data tem um significado diferente, remete à reunião familiar ou de amigos próximos.

Por isso, Fabiane Gamarra, Psicóloga Clínica e especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, afirma que, neste período do ano, os mais diversos sentimentos vêm à tona. “Como luto não elaborado, (perda de um ente querido), problemas familiares, angústias das mais diversas e, até mesmo, a frustração por objetivos não terem sido alcançados ao longo do ano.”

Mas há muitas histórias emocionantes que acontecem no período natalino. Nossa equipe foi em busca delas.

 O Gabriel Salis, por exemplo, estava estagiando na Nova Zelândia, em 2012. Três dias antes do Natal, o jovem, então com 26 anos, ligou para a família avisando que faria uma viagem e ficaria por uns dias incomunicável. “Não adianta me ligar que não terá sinal”, disse.
Só que, bem na época, houve um terremoto lá e os pais tentaram, realmente em vão, contato com o filho. Como de costume, o pai, fotógrafo Eurico Salis, a mãe, a doutora em Letras e professora do Instituto de Letras UFRGS, Maity Siqueira, e o irmão Bruno, de apenas 5 anos, foram para Bagé, passar a data com a família do interior. Eurico relata que a angústia tomara conta dele por causa da preocupação com o filho. “Estava muito triste. Já eram 23h, a gente sem contato com o Gabriel, já se preparando para fazer a ceia.”

Campainha

Então, ouviu-se o som da campainha. A família ficou nervosa, com medo de algum assalto. Eurico foi abrir a porta. “Dei de cara com o Gabriel. Fiquei anestesiado, sem reação.” No susto, a pergunta que saiu foi: “Mas o que tu estás fazendo aqui, guri?” Abraçaram-se e choraram muito emocionados. “Foi como o comercial do Zaffari, que passava naquele ano, de um filho que vinha do exterior para ver a família.”

Gabriel havia saído da Nova Zelândia e chegara em Porto Alegre no dia 24. Como estava sem a chave do apartamento dos pais, chamou um chaveiro. Abriu a porta, pegou a chave do carro da mãe e dirigiu por mais de quatro horas até Bagé. Deu certo de chegar para a ceia com a família.

Eurico, Bruno e Gabriel Salis em Lake Tahoe, Nevada, USA
Eurico, Bruno e Gabriel Salis em Lake Tahoe, Nevada, USA – Foto: arquivo pessoal

O mano pequeno, que ansiava pela chegada do Papai Noel, teve uma surpresa ainda melhor. Corria feliz pela casa e abraçava o irmão seguidas vezes. A emoção foi tanta, que ninguém lembrou de fazer registros da noite especial.

Para Eurico, foi uma experiência única. “Jamais poderia imaginar passar por uma emoção assim. Foi o melhor Natal da minha vida.” Para ele, por mais que vivamos com a tecnologia à nossa disposição, com acesso a telefones e chamadas de vídeo, nada substitui estar junto. “A presença é fundamental.”  A emoção, a surpresa, foi exatamente como a do comercial da rede de supermercados, que emocionou tanta gente.

Milagres acontecem 

Nicholas é considerado pela mãe, Nádia, o seu milagre de Natal. Foto: João Mattos
Nicholas é considerado pela mãe, Nádia, o seu milagre de Natal. Foto: João Mattos

O final de 1998 foi muito triste para a massoterapeuta Nadia Winicki Vaghetti, que estava grávida de três meses e perdeu o bebê. “Aquele Natal foi horrível. Claro que a minha família me deu todo o suporte e apoio, mas me marcou profundamente porque perder um bebê já é triste e, ainda mais, no Natal. É arrasador”, relata.

Ao consultar com a obstetra, Nadia recebeu a notícia de que a perda do bebê na primeira gravidez é muito comum. Teria de fazer repouso, deixar o útero “descansar” para engravidar de novo. Meses depois, ela voltou a engravidar. “A médica olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas e me disse que a previsão da data do parto era o Natal.” Era somente uma previsão, pois a criança pode nascer um pouco antes ou depois. “Mas é engraçado, vais ganhar um bebe perto do Natal”, disse a especialista.

E o tão esperado filho chegou mesmo no Natal. Nicholas Vaghetti Baumgarten recebeu este nome em homenagem a São Nicolau, o primeiro Papai Noel.

“Essa data ficou muito importante porque marcou mesmo o meu Natal. O universo me recompensou e me deu um cara que é um verdadeiro presente. Valeu a pena esperar por ele no Natal seguinte porque ele é muito do bem”, afirma. “Ele é o meu milagre de Natal.”

A família faz falta 

O gerente de loja Delvi Mocelim trabalhou por muitos anos no Rio de Janeiro e voltou para o Rio Grande do Sul em 1989. Como havia passado muitos finais de ano longe de sua mãe, pensou que, com o retorno para o estado gaúcho, poderia comemorar o Natal com ela. Mas seguiu trabalhando em restaurantes e nunca conseguiu folga no dia 25. “Eu visitava minha mãe, em Nova Bréscia, mas não nas datas especiais.”

Com sentimento ainda de luto, pois perdeu a mãe há um mês, ele se diz muito arrependido por ter se dedicado mais ao trabalho do que à família. Deixa uma sugestão aos leitores: “Não se deve pensar somente em trabalhar. O Natal é data para passar com quem a gente ama!”  Todas as quartas-feiras a família – ele, a esposa e as filhas – reúne-se para jantar. No grupo de WhatsApp “Compartilhando o Sal” é que os integrantes definem os encontros semanais.

É tempo de realizar  

Mauricio Perucci, hoje é empresário e atua em Porto Alegre. Mas, em 1996, trabalhava como gerente da loja das Americanas, lá em Ribeirão Preto. Uma pessoa deixou uma carta, na loja, direcionada ao Papai Noel. A remetente era uma jovem mãe de duas crianças que tinham um e cinco anos de idade. Na correspondência, ela contava suas dificuldades e pedia ajuda para realizar o sonho da sua menina: ganh

ar uma caixa de bombons Garoto, pois os pais não poderiam realizar o seu sonho de Natal. “Chamei o pessoal dos chocolates Garoto e pedi que montassem uma cesta de chocolates. Comprei boneca, panelinhas para ela, e mordedor, chocalho e outros brinquedos para o bebê”, conta Perucci.

mauricio perucci fala sobre emoções de NatalForam em um carro com a logomarca da Garoto, procurar a residência da família, no interior de Ribeirão Preto. Depois de muito procurar, chegaram à humilde casa. Ao bater, uma jovem senhora veio atender à porta, com o menino no colo e desculpando-se, pois estava  molhada. Lavava roupas naquele momento.

Ao ver a cesta de chocolates para a filha, começou a tremer e a chorar, muito emocionada. Então, Perucci disse à menininha, que estava radiante de alegria, que, no caminho, tinham encontrado o Papai Noel e que este pedira ajuda para entregar a ela um presente. Ao ver a pequena sonhadora abrir os brinquedos, a emoção foi mais forte em quem doava do que na própria criança, que chorava de alegria.

Passados uns quatro dias, os funcionários chamaram Perucci, dizendo que um rapaz queria falar com ele. Ao encontrá-lo, na loja, viu um homem bem sujo de fuligem,que ter trabalhado no corte de cana. Passara na loja após o expediente para agradecer. Era o pai das crianças.

Disse que os filhos eram muito pequenos, mas que ele nunca os deixaria esquecer daquele Natal e do homem que teve aquela grande atitude com os seus meninos. E finalizou o agradecimento: “Você vai estar nas minhas orações pelo resto da vida”.

Fotos: João Mattos Fotografia.
Texto: Carla Santos
Para visitar outras imagens do fotógrafo, clique aqui.

Se você tem uma história emocionante de Natal para contar, mande para a gente pelo e-mail carlasantosweb@gmail.com com o assunto “minha história de Natal”. 

 

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