A Frente Parlamentar de Revitalização do Centro Histórico e representantes de associações da região Centro receberam o prefeito Nelson Marchezan Jr. para discutir melhorias. O encontro aconteceu na sede da Associação Comercial de Porto Alegre.
Dentre as demandas levadas à reunião, o vice-presidente da Casa, Newton Motta, citou a burocracia que qualquer empreendedor encontra para estabelecer um negócio e gerar empregos em Porto Alegre. ”Precisamos da queda do corporativismo e apoiar ações necessárias para a nossa cidade. Quem entra em uma repartição da Prefeitura e é mal atendido, percebe que há um cunho político muito forte.”
A presidente da Associação Comunitária do Centro Histótico, Ana Engers Lenz, pediu atenção à Praça da Matriz e ao Casarão antigo da Riachuelo que está prestes a cair. Solicitou, entretanto, solução urgente para a situação do Viaduto da Borges de Medeiros.
O prefeito explanou a situação do município, que recebeu da outra gestão com os caixas comprometidos. Deixou claro que está trabalhando não apenas para arrumar a praça ou rua de quem tem acesso a ele. “Quero resolver a cidade como um todo. Temos sérios problemas estruturais e estamos trabalhando para saná-los.” Para Marchezan, buraco nas finanças do município foi cavado desde 2011. “Há anos, que as despesas são maiores do que a receita.”
Citou o trabalho nas mudanças jurídicas para que Porto Alegre “volte a funcionar”. Um dado que deixou muitos estarrecidos é que o concurso público para a prefeitura prevê carga horária de 30 horas/semanais. “Ao ser empossado, o servidor passa a cumprir 40 horas, ganhando extras. O nosso projeto prevê que o servidor que não executa bem as suas funções, passe a trabalhar as 30 horas,desonerando os cofres públicos.”
Outro ponto levantado pelo chefe do executivo é o número de fiscais para o comércio irregular: apenas 17 fiscais. “Temos cem homens da Guarda Municipal bem treinados para estarem na rua. Por lei, eles não têm poder para autuar, e o projeto que muda isso está parado na Câmara Municipal.”
O presidente da Frente Parlamentar, vereador Moisés Barbosa (Maluco do Bem) afirmou que ele e os demais parlamentares presentes na reunião são favoráveis ao projeto. Ainda de acordo com Marchezan, A falta de posicionamento da população desmonta a capacidade de fazer mudanças. “O Dmae está recebendo em dia, por exemplo, está em greve e ninguém reclama publicamente.”
Para o prefeito, é grande o volume de mudanças necessárias. “A máquina pública empobreceu. Empresas serão chamadas para se instalarem em parques e, em contrapartida, revitalizarem os espaços. Também haverá reorganização dos salários de servidores”, adiantou.
A vereadora comandante Nádia afirmou que a mudança acontece quando a comunidade tem coragem. “Precisamos conversar com quem está atrapalhando”, afirmou.
Fotos: Joel Vargas/PMPA
Texto: Carla Santos
