Compartilhe
Inteligência, técnica, força e paixão no combate ao crime no RS

Inteligência, técnica, força e paixão no combate ao crime no RS

Amado pelas comunidades que o conhecem e acompanham seu trabalho, pelo qual é apaixonado, o coronel Rodrigo Mohr Picon, comandante-geral da Brigada Militar desde novembro, assumiu com a missão de manter a queda nos indicadores de criminalidade do RS. O novo cargo exige ficar entre as demandas das tropas da corporação (que não são poucas) e as necessidades do Governo do Estado, que prevê uma reestruturação nos quadros de servidores.

Foto da capa: Rafael / BM 

Latrocínios 

Segundo ele, conforme o tempo passa, mais difícil fica de manter a queda da criminalidade. “Dois focos que estamos trabalhando muito é o roubo de veículo e o de celulares. São as principais causas de latrocínio. Até maio era o roubo de veículos e, a partir de então, o roubo de celulares liderou a causa de latrocínios do RS.”

O coronel explica que o crime organizado só pode ser combatido com inteligência (descobrir quem é, quem vende e onde comercializa) e integração (com Polícia Civil, MP, Prefeituras e outros órgãos). “Agora, vamos estender essa atuação mais forte para o interior.” Quanto ao roubo de veículos, a atenção da polícia será para os locais onde estão os maiores focos dessas quadrilhas: além de Porto Alegre, Região Metropolitana e Vale do Sinos.

Então, reforça que as pessoas devem tomar cuidado e dar o mínimo possível de chance de que o latrocínio ocorra. “As pessoas estão se sentindo mais seguras e acabam se distraindo. É importante manterem-se atentas.”

Tráfico 

Trabalhar em cima da repressão e em campanhas preventivas do uso de drogas. À polícia, cabe reprimir. Segundo ele, quem está envolvido com drogas tem grandes chances de ser morto. “Se compararmos o número de assassinatos, mais de 90% são execuções por dívida de tráfico ou guerra de um grupo de traficantes. É muito raro o cidadão comum ser morto pela violência.” Mas ressalta a importância de não reagir. “A reação aumenta a chance de a vítima ser morta. O marginal não tem amor pela vida. Se ele se sentir acuado, vai atirar.”

Assista os vídeos clicando na imagem:

Já a sociedade precisa investir em campanhas contra o uso de drogas. “O consumo de drogas é o responsável pela grande maioria dos crimes. Quem sustenta isso é o usuário. Quem é a favor da liberação não traz números que comprovem a sua teoria.”

Ele informa que os efeitos do uso das drogas é biopsicossocial: “É biológica, pois causa mal para o corpo; psico, pois prejudica o psicológico; e social, destruindo a família e a sociedade.”

Comunidade 

Quanto a arrombamentos, ocorrem por usuários de drogas que procuram algo para vender. “A BM tem de fazer patrulhamento e abordagens. Quanto à comunidade, é importante conhecer seus membros, cobrar iluminação pública, ajudar na melhoria do ambiente”, orienta.

Cita a Praça Daltro Filho (próxima ao Capitólio). “A comunidade se reuniu, montou associação e começou a trabalhar em conjunto com a prefeitura e conosco.” Hoje está revigorada. “À medida que a comunidade se preocupa e faz melhorias em seu ambiente, dá força às ações da BM, melhorando para todos.”

Hoje tem crianças e idosos em um ambiente que era usado por traficantes. “É um trabalho demorado, de resistência e complicado. Mas quando as pessoas perseveram, as suas vidas melhoram.”

Na praça Mauricio Cardoso, no bairro Moinhos de Vento, um homem morava no banheiro. “Ele tinha com passagem na polícia por estupros. Junto com a comunidade, através dos grupos de WhatsApp, a BM começou a fazer mais abordagens e, hoje, a praça está disponível à população.”

Para o coronel, cada um deve focar no seu espaço. “Não adianta querer resolver o problema de todos. Resolvendo o do seu espaço, já ajuda a melhorar o todo.”

Matéria continua após o anúncio 

Depoimentos 

Filipe Mansur, presidente do Instituto Brasileiro de Segurança, conheceu o coronel Mohr quando este ainda era tenente-coronel e comandava o 9º BPM. “O coronel Mohr sempre se preocupou com a integração com a comunidade. É acessível e de uma visão profissional e humana sem igual.”

Mohr (C) comandou o 9º BPM. Foto: João Mattos

Filipe relata que, em reuniões com grupos de moradores e empresários, mesmo fora do horário de expediente, o comandante se fazia presente. “Não importava o número de participantes em cada encontro. Já era evidente sua preocupação em fazer a diferença na segurança pública de Porto Alegre.”

Diretor do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, Sergio Roberto Meirelles, trabalha no Centro Histórico há 44 anos. Para ele, existe um divisor: antes e depois do coronel Mohr à frente do CPC. “Aqui na Voluntários, estávamos à mercê da bandidagem. Havia mais de quatro anos, sofrendo com a atuação de ladrões de celulares, de correntes, batedores de carteira e os chamados mãos-leves.”

Liberdade

Sergio relata que, sob o comando do Cel. Mohr, do major Fabrício Jung Zaniratti (à época, comandante da 1ª Cia do 9º BPM) e com trabalho intenso do tenente Paulo Ricardo e da soldado Roberta, entre tantos outros, o Centro se tornou mais seguro. Ele elogia o atendimento pelos grupos de WhatsApp. “Quando há problemas, os policiais prontamente atendem. O trabalho deles permitiu que as pessoas voltassem a ter liberdade de andar no Centro. Nós, trabalhadores, assistíamos a muitos delitos e não tínhamos a quem recorrer. Hoje, somos atendidos imediatamente.”

Ele espera que o Coronel Mohr fique bastante tempo à frente do Comando-Geral da BM. “Vai levar ao RS mais segurança, com certeza. Ele põe o coração à frente do trabalho. Por isso, tem excelentes resultados.”

A presidente da Associação Comunitária do Centro Histórico (ACCH), Ana Maria Engers, diz que é um privilégio falar a respeito das ações do coronel Mohr. “Ele merece toda consideração e agradecimento. No tempo em que era TC, no 9º BPM, eles nos ajudou sempre em todos os dias que esteve à frente do comando. Uma das maiores obras por ele chefiada foi a liberação do Viaduto Otávio Rocha (da Borges), fazendo com que nos libertasse do tráfico que ali existia. Foi  um trabalho executado com maestria, sem machucar ninguém.”

Já à frente o CPC, Mohr  colocou uma viatura do seu comando junto à Praça da Matriz, ponto turístico de Porto Alegre, relata Ana. “Fez com que o cidadão pudesse transitar por ali em segurança.” Ela percebe que, como comandante-geral, Mohr continua com a mesma postura, ajudando as comunidade e cobrando dos seus comandados que continuem auxiliando os moradores, trabalhadores, estudantes e visitantes do Estado.

Atendimento

“O coronel Mohr, enquanto comandante do 9º BPM, manteve uma linha de ação operacional conectada com a comunidade. Participava das reuniões das associações ouvindo nossas demandas referentes à segurança, melhorou muito nosso diálogo com a Brigada Militar”, é o que conta Vera João, presidente da Associação de Amigos e Moradores da Venâncio Aires (Amava). “Ele mantinha a porta de seu gabinete aberta para nossos anseios. Agilizou nossas demandas via WhatsApp , proporcionando um novo canal de pedido de ajuda quando não podíamos acessar o 190.”

Ela descreve o coronel Mohr como “uma pessoa educada, prestativa e gentil”. De acordo com Vera, qualificou as relações entre a BM e o cidadão. “A Associação Amava só tem a agradecer a esse valoroso coronel pela parceria em prol da segurança.”

Viaduto

Viaduto Otávio Rocha, na Borges de Medeiros. Foto: João MattosAdacir José Flores, comerciante, dono do sebo Espaço Cultural QorpoSanto, afirma que, de certa forma, a intervenção no Viaduto Otávio Rocha foi positiva, pois estava a situação muito crítica. Entretanto, segundo ele, o problema está retornando. “Tem pessoas dormindo nos espaços abandonados e é dever do poder público dar segurança.” Para ele, faz-se necessária uma ação conjunta. “Secretaria social, BM, Fasc e a Guarda Municipal têm de trabalhar juntas.”

Cleuza Coelho, costureira e moradora do CH há 24 anos, já é de opinião que a ação da BM no viaduto somente resultou em “uma higienização”. “Discordei totalmente da maneira como foi feita, visto que não existiam apenas traficantes. Tiraram todos dali e eles foram para outros locais sem o mínimo de assistência ou orientação.”

Ela conta que nunca foi assaltada próximo ao viaduto. “Claro, era desagradável passar vendo pessoas nessa situação lastimável. Mas essa ação apenas escondeu problemas sociais. A Prefeitura também foi omissa alegando que não sabia da ação”, desabafa. “Sei que existem dificuldades mas precisamos olhar com mais humanidade e deveres além de nossos direitos.” Para ela, o viaduto está limpo, mas vazio.

Também morador do CH, onde reside há 35 anos, o advogado Marco Geraldo Schorr, afirma: “Depois que o TC Mohr assumiu o comando do 9º BPM, houve – notadamente – uma sensível alteração na rotina dos moradores no Centro Histórico. Apenas para citar um exemplo, as cercanias do Viaduto Otávio Rocha tiveram uma melhoria nas condições de segurança.”

Delinquência

Marco diz que, antes disso, o viaduto e os moradores do entorno sofriam com a falta de segurança, tendo em vista que inicialmente os moradores de rua ali se instalaram. “Depois, vieram os consumidores de drogas e, atrás deles, os que forneciam e comercializavam entorpecentes. Com isso, o viaduto transformou-se num reduto de delinquência (furtos, roubos, assalto à mão armada, bem como abrigo para os delinquentes). As pessoas se viam obrigadas a utilizar as ruas no entorno para não transitarem por ali.”

Ele testemunha que a atuação do TC Mohr foi decisiva para a eliminação dos focos de delinquência junto ao viaduto e arredores, fazendo com que ali não mais se instalassem (até hoje) mendigos, desocupados, punguistas, consumidores e vendedores de drogas. “Atualmente, suas estratégia tanto no CPC, como no 9º BPM, têm se refletido positivamente junto à comunidade. Os transeuntes do entorno do viaduto se sentem mais seguros, pois, naquele local, não são mais permitidas instalações de pessoas não só em situação de vulnerabilidade social, mas também daqueles que ali buscam abrigo para cometerem delitos de toda ordem.”

O Centro Histórico, visivelmente, encontra-se mais e melhor policiado e, com isso, o  retorno da efetiva segurança pública é um fato que não se pode contestar. Os dados estatísticos estão aí para comprovar que houve uma melhor qualidade de vida em Porto Alegre no quesito Segurança. Talvez ainda não seja o ideal, por uma série de fatores, mas seguramente houve consideráveis melhorias e que precisam ser destacadas e enaltecidas. Marco finaliza: “Parabéns ao coronel Mohr pela incansável busca na excelência dos serviços prestados pela Brigada Militar junto aos cidadãos.”

Anúncio: 

Deixe o seu comentário