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Bloqueios e evacuação no CH. Como será a implosão do prédio da SSP?

Bloqueios e evacuação no CH. Como será a implosão do prédio da SSP?

O prédio da antiga sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP) será implodido no próximo domingo, 6 de março. A construção foi destruída pelo incêndio, em 14 de julho de 2021, que vitimou dois bombeiros em Porto Alegre.

A operação está programada para as 9h. Em apenas sete segundos após o acionamento da implosão, restarão 20 mil toneladas de escombros no terreno da Rua Voluntários da Pátria, nº 1.358.

Fotos: Rodrigo Ziebell/GVG

O vice-governador e secretário da Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior, apresentou como serão os trabalhos. “Estamos encerrando mais um capítulo. Mas não podemos deixar de renovar o nosso lamento pela perda dos nossos dois colegas bombeiros, heróis que partiram levando até o fim seu juramento de proteger a todos. Mesmo com o risco da própria vida. Agora, avançamos mais essa etapa, para seguir em frente e dar novo destino àquela área”, completou o vice-governador.

Impacto na mobilidade

A ação extremamente complexa contará com a participação de representantes das 28 instituições das esferas federal, estadual, municipal e privadas. Uma série de ações terão impacto na mobilidade urbana da cidade já na véspera da implosão.

Haverá evacuação total de residências e estabelecimentos em um raio de 300 metros a partir do prédio da antiga sede da SSP. Por consequência, importantes setores urbanos como a Estação Rodoviária e parte das estações do Trensurb serão fechados temporariamente.

O trânsito terá bloqueios entre Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Castelo Branco, uma das principais entradas da cidade. Confira abaixo o passo a passo de cada etapa e como ficam os serviços afetados.

Isolamento de área e evacuação

A mobilização na região terá início ainda no sábado (5/3), a partir das 18h. Será quando a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) da Capital fará o isolamento das vagas de estacionamento no perímetro.

Isso vai englobar as Ruas Garibaldi, Santo Antônio, Ernesto Alves, Comendador Coruja e Pelotas, entre a Avenida Farrapos e a Rua Voluntários da Pátria. A partir deste momento, não será mais permitido estacionar em via pública no raio de 300 metros do prédio, considerada Área de Segurança Pública.

Também no final da tarde de sábado, começa a ser montada a estrutura do Posto de Verificação Veicular (PVV), entre a Rua Comendador Álvaro Guaspari e o início da Rua Santo Antônio. O local funcionará como área para posicionamento de viaturas das forças de Segurança e base das equipes de trabalho. A Fundação de Assistência Social e Cidadania de Porto Alegre (Fasc) informará à população de rua sobre a operação.

Desocupação dos imóveis

No domingo (6/3), a partir das 7h, a Brigada Militar e agentes da Defesa Civil do RS começam a desocupação total dos imóveis localizados no perímetro de 300 metros. Vão orientar todos os moradores e trabalhadores de estabelecimentos a deixarem os locais.

Todos devem sair da Área de Segurança Pública. Ninguém poderá permanecer, sob nenhuma hipótese. O retorno só poderá ocorrer após a liberação das autoridades.

Além de toda a divulgação nos canais oficiais do governo e pela imprensa, agentes do Estado farão a entrega presencial de um comunicado impresso. Haverá informações sobre a obrigatoriedade de evacuação da área e os cuidados necessários ao deixar os locais. Antes de sair, são fundamentais as seguintes ações:

  • Fechar o registro do gás (botijão);
  • Conferir se todas as portas e janelas estão fechadas;
  • Desligar a chave geral de energia;
  • Não deixar veículos estacionados nas ruas bloqueadas, somente dentro de garagens;
  • Levar seus animais de estimação.

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Sirenes

Na manhã de domingo (6/3), sirenes serão acionadas em alerta de segurança, para anunciar o fim do prazo de cada uma das etapas, conforme a seguinte sequência:

1º toque às 8h – desocupação dos imóveis;
2º toque às 8h30min – bloqueio total das vias para circulação de trânsito e pessoas;
3º toque às 8h50min – inspeção final da área evacuada;
4º toque às 8h55min – TOQUE DE ATENÇÃO;
5º toque às 8h59min – contagem regressiva para implosão.

Bloqueios de Trânsito

A interrupção de circulação de pessoas e veículos no perímetro da operação demandará uma série de alteração. Haverá desvios de trânsito na região e nas entradas de Porto Alegre, nas proximidades das pontes sobre o Guaíba. EPTC e Polícia Rodoviária Federal darão início aos bloqueios às 8h.

A melhor alternativa de circulação, tanto no sentido Centro quanto no sentido bairro, é a Avenida Farrapos. A pista estará livre para circulação, com passagem bloqueada apenas para ingresso nas ruas que levam ao perímetro evacuado.

Mapa da área operacional que será isolada para implosão do prédio da SSP mostra os 14 pontos de bloqueio de trânsito que serão estabelecidos no dia da operação, 6 de março, pela manhã.

Serão 14 pontos de barreiras, conforme segue:

1. Rua Ramiro Barcelos com Rua Voluntários da Pátria
2. Rua Ramiro Barcelos com Avenida Farrapos
3. Avenida Farrapos com Rua Pelotas
4. Avenida Farrapos com Rua Comendador Coruja
5. Avenida Farrapos com Rua Ernesto Alves
6. Avenida Farrapos com Rua Santo Antônio
7. Avenida Farrapos com Rua Garibaldi
8. Avenida Farrapos com Rua Barros Cassal
9. Avenida Farrapos com Rua Voluntários da Pátria
10. Largo Vespasiano Júlio Veppo (acesso à rodoviária)
11. Avenida Castelo Branco (acesso ao lado da Estação Rodoviária do Trensurb)
12. Avenida Júlio de Castilhos (acesso ao elevado que leva para a Avenida Castelo Branco)
13. Avenida Castelo Branco (acesso pela Ramiro Barcelos)
14. Avenida Castelo Branco – PRF (desvio desde o km 94 da BR-290 e bloqueio na alça de acesso pela ponte antiga do Guaíba).

Rotas alternativas 

Para desviar do perímetro da operação, os motoristas terão uma série de opções de trajeto. Veja abaixo.

1. Pela Avenida Júlio de Castilhos para Rua da Conceição e Farrapos, seguindo em direção à zona norte.
2. Pela Avenida Júlio de Castilhos para Rua da Conceição e entrar no túnel em direção aos bairros.
3. Pela Avenida Júlio de Castilhos para a Mauá em retorno ao Centro.
4. Para pegar a Avenida Farrapos em direção à zona norte, evite o Túnel da Conceição e acesse pela Rua Garibaldi.
5. Para quem sai do Túnel da Conceição para a Avenida Mauá em direção ao Centro.
6. Pela Avenida Farrapos, passando por baixo do elevado da Conceição, rumo à Avenida Mauá, para seguir ao Centro.
7. No km 94 da BR-290, desvio para a nova ponte do Guaíba, direção Eldorado do Sul, ou para a Rua João Moreira Maciel. Depois, curva à esquerda em direção ao bairro Navegantes, com orientação da EPTC para sequência no trajeto, ou, para quem seguir reto, subida para o Vão Móvel também em direção à Eldorado do Sul.
8. Para quem vem da antiga ponte do Guaíba, acessos normais para seguir pela Avenida Sertório ou em direção à BR-116, BR-448 e Freeway, com bloqueio apenas para a Avenida Castelo Branco.

Rodoviária de Porto Alegre

Compreendida no perímetro de segurança da operação, a Estação Rodoviária de Porto Alegre também terá de ser totalmente desocupada durante a manhã do domingo (6/3). As últimas saídas e chegadas de ônibus à Capital ocorrerão às 7h. Logo em seguida, terá início a evacuação total da edificação no Largo Vespasiano Júlio Veppo.

Entre 7h e 12h do domingo os ônibus irão sair e chegar na Capital no Terminal Conceição, embaixo do viaduto do túnel. Entre as Avenidas Farrapos e Alberto Bins. Ao todo, estão previstas 54 saídas e 30 chegadas em Porto Alegre nesse intervalo.

Trensurb

O funcionamento do Trensurb, cujas linhas passam ao lado da Avenida Castelo Branco, perto de onde ocorrerá a implosão, também será alterado durante a manhã de domingo. As estações São Pedro, Rodoviária e Mercado fecham às 23h20min do sábado (5/3) e não abrirão no início da manhã seguinte.

Os embarques e desembarques mais próximos do Centro só poderão ocorrer na Estação Farrapos. Portanto, os cerca de 10 mil usuários que utilizam o trem nas manhãs de domingo terão ônibus à disposição da estação Farrapos até a estação Mercado.

17ª DP 

A sede da 17ª Delegacia de Polícia da Capital estará fechada na manhã de domingo. Quem necessitar atendimento presencial poderá procurar a 1ª Delegacia de Polícia, na Rua Riachuelo, nº 613, no Centro. A maioria das ocorrências também pode ser registrada pela internet, por meio da Delegacia Online (DOL), clicando aqui.

Hidrovia e espaço aéreo 

A navegação pelo Rio Jacuí, que margeia o perímetro da operação de implosão, não será interrompida. Entretanto, a fiscalização será reforçada por parte da Capitania Fluvial de Porto Alegre para impedir a aproximação de embarcações à área de risco.

Os bloqueios também compreendem o espaço aéreo sobre terreno da operação, que ficará segregado desde as 6h do domingo até a liberação pelas autoridades. A Força Aérea Brasileira, por meio da ALA 3, irá limitar um raio de 2 quilômetros na horizontal e 300 metros (mil pés) na vertical, a partir do prédio da antiga sede da SSP. Somente estarão permitidos voos de aeronaves e drones da Segurança Pública e da empresa contratada para o serviço de implosão.

Estarão totalmente proibidos quaisquer outros voos de aeronaves e drones de terceiros, inclusive dos veículos de imprensa.

Jornalistas 

Para garantir a cobertura jornalística do evento e a segurança de todos no perímetro de operação, os profissionais de imprensa terão um espaço reservado para acompanhar e registrar a demolição. Esta será a primeira implosão de um prédio na Capital desde o incêndio do edifício das lojas Renner, em 1976

O local para a imprensa fica em área de estacionamento dentro do Cais do Porto, de onde os repórteres, fotógrafos e cinegrafistas terão visão total para a face posterior do prédio da antiga da SSP. No lado que fica de frente para o Rio Jacuí. No mesmo espaço, também estarão as autoridades que irão acompanhar a implosão.

Empresa 

A execução técnica do trabalho de implosão do prédio será realizada pela FBI Demolidora. A empresa tem sede em Cotia (SP). Em razão da urgência, da complexidade e da singularidade do trabalho, a contratação pelo Estado se deu pelo modelo de dispensa de licitação por emergencialidade. O valor do serviço, que inclui a demolição e remoção dos escombros com transporte e descarte apropriado, é de R$ 3.150.000,00.

A FBI Demolidora terá como responsáveis técnicos pela implosão o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias e a engenheira civil Ana Paula Marino Faustino.

A implosão

A ação para implosão do prédio vai utilizar 200 quilos de explosivos, do tipo Ibegel SSP. Serão cartuchos de uma polegada de diâmetro por oito polegadas de comprimento (20 cm).

Para o transporte desse material, a FBI Demolidora contratou uma empresa de segurança especializada. Além disso, o Exército, o Departamento de Inteligência da Segurança Pública da SSP (Disp) e o Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE) da Polícia Civil vão monitorar toda a movimentação.

Foto aérea mostra o que restou da fachada do prédio da antiga sede da SSP, destruído por incêndio em 14 de julho de 2021.
Foto: FBI Demolidora
Os explosivos serão instalados em 1.184 furos horizontais em pilares do prédio com 1,02 metro de profundidade média, com 4,5 mil metros de cordel de detonante. O acionamento será realizado a partir de um tubo pirotécnico de 300 metros até o ponto de detonação.

A estrutura colapsada será envolta, do térreo até a altura do quarto andar, com quatro camadas de telas de proteção reforçadas para evitar que eventuais detritos escapem. Na área de risco, o Corpo de Bombeiros Militar também terá a atuação de uma guarnição com caminhão autobomba tanque (ABT).

O veículo usará jatos d’água para limpeza de pistas no terreno, onde poderá ocorrer o acúmulo de poeira da implosão. Outro ABT estará próximo do acesso à Avenida Castelo Branco, para auxiliar em eventual necessidade de limpeza da via.

Viaturas

Uma viatura de resgate (ambulância) estará no Posto de Verificação Veicular (PVV). Outras duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também estarão no PVV para pronto-emprego. Já foi estabelecida com a EPTC e o serviço de escolta da Brigada Militar uma rota protocolar para emergências, que terá como referência o Hospital de Pronto de Socorro (HPS).

Seis sismógrafos de engenharia serão posicionados em pontos estratégicos do terreno para medir o nível de vibração da implosão e deslocamento de ar (barulho). Em algumas áreas, há estimativa de que a vibração, pela rotina de trânsito, seja maior do que a da implosão. O parâmetro por normas regulamentares é de 15 milímetros de velocidade de partícula por segundo. A implosão deve resultar em vibração abaixo dessa medida, o que será verificado em relatório posterior.

 

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