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Precisamos encontrar um meio termo, diz presidente do Sindilojas
A população mundial enfrenta muitas adversidades em decorrência da pandemia do coronavírus. As grandes preocupações – que causaram uma grenalização entre os brasileiros, embora não sejam excludentes entre si – são: o medo de sucumbir à covid-19 e o de enfrentar a fome. Os temores são comuns, mas a falta de respeito pela opinião contrária virou um cabo de guerra.
Foto superior: Freepik
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, afirma que todos estão em frente a problemas sérios: “A economia encontra-se parada, cada um tem um entendimento e não respeita o do outro.”
Para ele, é preciso encontrar um denominador comum. “Talvez, parar tudo por um tempo e, depois, separar as pessoas de risco. É preciso deixar a economia funcionar.”
De acordo com o empresário, o foco, no primeiro momento, é se manter em casa e obedecer a lei. “Mas precisamos urgentemente voltar a trabalhar, preservando os vulneráveis, mas fazendo a economia funcionar. Ou nossos problemas serão ainda maiores.”
Transparência
Paulo Kruse afirma que a comunicação transparente com os funcionários é fundamental. “Tem de ser permanente. As pessoas precisam estar juntas.” Ele deixa claro que não é momento de dourar a pílula. “A empresa só funciona com os empregados e os empreendedores. E assim deve continuar, pois todos vão perder.”
É importante que o funcionário pense no melhor também para a empresa em que trabalha. “No momento, ele é a empresa.” E reforça:
“Está na hora de os que reclamam da corrupção serem corretos.”
Paulo relata que os empreendedores não têm como arcar com a folha de pagamento. “Além disso, os autônomos e o governo não têm de onde tirar dinheiro.”
Soluções
O Sindilojas tomou algumas medidas em conjunto com o sindicato laboral, que determinou a suspensão temporária de alguns contratos de trabalho. Nesse meio tempo, os trabalhadores fariam cursos de EAD e seriam pagos pelo (Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT). “No entanto, esse auxílio governamental foi suspenso pela Medida 927, o que nos fez buscar outras soluções que beneficiem funcionários e empregadores.”
Aos 79 anos, Paulo Kruse, que integra o grupo de risco, diz-se preocupado com os filhos e netos. “Quero que meus netos vivam em um pais mais igual e com respeito. As pessoas estão com inflamadas e não aceitam opiniões divergentes.” Ele afirma que exatamente são as opiniões divergentes que constroem um país. “E isso tem de ser respeitado.”
Nesta semana, o sindicato reuniu-se por chamada de vídeo com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr, e o governador do RS, Eduardo Leite, para discutir ações diante da crise. “O prefeito solicitou sugestões do que pode ser realizado.”
Retomada
Segundo o dirigente, todos perderam competitividade por causa desta crise. “A retomada será lenta, e as pessoas têm de entender que todos estão passando pelo mesmo problema. Ninguém é dono dele, ninguém sofre mais ou menos. Precisamos de união para que as coisas voltem a funcionar.”
Em relação às declarações do presidente Jair Bolsonaro, Paulo afirma discordar de muitas delas. “Entretanto, as pessoas precisam entender que não estamos mais em campanha eleitoral. Alguns preferem destruir o país. Certo ou errado, Bolsonaro é o presidente. Temos de ouvi-lo como ouvimos os anteriores.”
Para Paulo, não é momento de julgamentos. “Temos de pensar em todos: no morador da vila, em quem não tem emprego, naquele que trabalha, no lojista que tem dez funcionários e no que tem 10 mil.”