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Em tempos de coronavírus, há muita solidariedade no ar

Em tempos de coronavírus, há muita solidariedade no ar

O momento é difícil. A maioria dos brasileiros não têm lembranças de guerras. E a batalha atual é contra um inimigo poderoso, sim, mas invisível – o Coronavírus. É momento de ficar em casa, sair apenas em situações necessárias e com cuidados extras, como: lavar óculos, mãos, manter os calçados usados na rua do lado de fora da casa ou higienizá-los imediatamente após voltar ao lar.

A roupa também deve ser trocada (ter uma para sair e outra para ficar em casa) ou higienizada. Como medida preventiva, pode-se usar máscaras, a exemplo de outros países. Há modelos de máscaras caseiras, que podem ser higienizadas após o uso.

Solidariedade

Idosos, pessoas com doenças crônicas como as pulmonares, algumas cardíacas, hipertensão, gestantes são mais suscetíveis às complicações da Covid-19. Portanto, devem ficar em isolamento domiciliar. É aí que a solidariedade tem se espalhado. Vizinhos deixaram bilhetes em seus prédios e nas ruas, oferecendo-se para fazer compras em mercados ou farmácias, ou dar outras voltas necessárias.

No prédio da aposentada Suely Milano, 77 anos, o elevador tem uma série de bilhetinhos assim: “O mundo não está perdido. Pessoas assim deveriam se multiplicar. Deus as abençoe!”, diz a moradora da Olavo Bilac, que mandou a imagem:

É verdade este bilhete

A moradora da Cidade Baixa, Sinara Garcia, 29 anos, assinou um bilhete similar feito por seus vizinhos Rafael e Larissa, com teor parecido. É uma corrente de empatia, amor ao próximo e solidariedade que se fortalece. “A maioria dos vizinhos de nosso edifício é formada por idosos. Como (graças a Deus) somos saudáveis, dispomo-nos a ajudar quem mais precisa nesse momento difícil que estamos passando”, disse. “Temos de ser solidários e ter compaixão com o próximo.”

Jovem cria site de ajuda

E foram os bilhetes nos prédios que deram ideia a um jovem morador do bairro Menino Deus de desenvolver um site de ajuda. Pedro Viana, de 24 anos, empresário da Inline Sistemas, criou o https://www.ajudacoronavirus.com.br/ para conectar pessoas do grupo de risco a quem pode ajudá-las. “Na segunda-feira, 16 de março, soube das ações manuais que as pessoas estavam fazendo. E pensei em quem não teria acesso a essa mobilização.”

Então, decidiu criar uma plataforma que fosse utilizada nacionalmente. Oito horas depois, a ferramenta estava no ar. E o time de voluntários cresceu. “Já são quase 1,8 mil cadastrados e 350 que solicitam auxílio. “Acreditamos que o número de pedidos vai aumentar devido ao decreto municipal.”

Passo a passo

Para acessar, clique aqui. Na primeira página, vai abrir o formulário “Preciso de Ajuda”. Ali, deve-se preencher os dados. É possível solicitar que busquem remédios, produtos de higiene e limpeza ou alimentos. “São itens essenciais para se sobreviver sem sair de casa”, explica Pedro, que criou a plataforma bem intuitiva.

Quando o usuário clicar no botão “Procurar um voluntário”, o sistema busca pessoas próximas e ele. Da lista, o necessitado vai escolher quem vai ajudá-lo. “Então, pode se conectar com o voluntário por telefone ou WhasApp”, orienta.

Pedro informa que há alguns itens de segurança e higiene, também possível encontrá-las no insta: @ajudacoronavirus. “Receber o voluntário ao ar livre, mantendo distância, ambas as partes devem conversar antes. Se possível, fazer chamada de vídeo. Além disso, orientamos que o serviço seja gratuito”, afirma.

Pedro orienta que as pessoas priorizem os vizinhos conhecidos e que morem perto. “A plataforma é ferramenta para os que não têm essa ajuda.” Ele relata que uma senhora não sabia usar o computador. “Ela ligou para o filho e ele fez a solicitação no nosso site e um voluntário consegui ajudá-la.” .

Voluntário

No botão na parte inferior direita da primeira página, o candidato ao voluntariado se cadastra e informa como, onde e em qual período pode auxiliar. O serviços é totalmente gratuito.

Porto Alegre é a capital brasileira com maior percentual de idosos, 15% da população têm mais de 60 anos, o que representa cerca de 270 mil pessoas. A cidade contabiliza 81 casos confirmados de coronavírus. Uma idosa de 91 anos foi a óbito. Oito se curaram da doença: sete homens (de 18, 28, 31, 35, 38, 44 e 68 anos) e uma mulher de 35.

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